Introduction and Objectives: This study aimed to evaluate the impact of the COVID-19 pandemic on healthcare provided to patients with arterial hypertension in Portugal.

Methods: The pre-pandemic and pandemic periods were compared using publicly available data on performance and health outcomes indicators from the Portuguese National Health Service (NHS). Pre-pandemic data were modeled to project hypothetical scenarios without a pandemic using an exponential smoothing algorithm, and then compared with data collected during the COVID-19 pandemic. A cohort model was developed to estimate the number of all-cause deaths and years of life lost (YLL) due to the reduction in blood pressure (BP) monitoring and in BP records <150/90 mmHg during the first two years of the pandemic. MS Excel® was used for statistical analyses.

Results: There was a 26.4% relative reduction in the number of hypertensive patients under 65 years of age with at least one BP measurement, and a 21.8% relative reduction in the proportion of patients with BP <150/90 mmHg during the first two years of the pandemic. The model projections are 176 additional deaths and 3,287 YLL among the Portuguese population of hypertensive patients.

Conclusions: The disruption in BP testing in Portugal during the pandemic increased hypertension-associated morbidity and mortality, with significant YLL. The long-term implications of impaired monitoring of hypertensive patients should be assessed, and proactive strategies implemented to mitigate the increase in hypertension morbidity and mortality associated with the COVID-19 pandemic.

Introdução e Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 nos cuidados de saúde prestados aos doentes hipertensos em Portugal.

Métodos: Os períodos pré-pandémico e pandémico foram comparados utilizando dados disponíveis publicamente sobre indicadores de desempenho e de resultados de saúde do Serviço Nacional de Saúde português. Os dados de pré-pandemia foram modelados para projetar cenários hipotéticos sem pandemia utilizando um algoritmo de suavização exponencial, e foram depois comparados com os dados recolhidos durante a pandemia. Um modelo por coortes permitiu estimar o número de mortes por todas as causas e os anos de vida perdidos devido à redução na monitorização da pressão arterial (PA) e nos registos de PA <150/90 mmHg.

Resultados: Verificou-se uma redução relativa de 26,4% no número de doentes hipertensos com menos de 65 anos com pelo menos uma medição de PA, e uma redução relativa de 21,8% na proporção de doentes com PA <150/90 mmHg durante os primeiros dois anos de pandemia. As projeções são de 176 mortes adicionais e 3.287 anos de vida perdidos na população portuguesa de doentes hipertensos.

Conclusões: A disrupção nos testes de PA em Portugal durante a pandemia fez aumentar a morbilidade e mortalidade associadas à hipertensão arterial, com uma perda significativa de anos de vida. As implicações a longo prazo da monitorização insuficiente de doentes hipertensos devem ser avaliadas, e devem ser implementadas estratégias para mitigar o aumento da morbilidade e mortalidade por hipertensão associadas à pandemia de COVID-19.