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Vol. 34. Núm. 5.
Páginas 365-366 (Maio 2015)
Vol. 34. Núm. 5.
Páginas 365-366 (Maio 2015)
Imagem em Cardiologia
Open Access
Disfunção ventricular grave mas reversível no lactente
Severe reversible left ventricular dysfunction in an infant
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Ana Rita Araújo
Autor para correspondência
ana.araujo.silva@hotmail.com

Autor para correspondência.
, Inês Carmo Mendes, Pedro Magro, Ana Teixeira, José Pedro Neves, Rui Anjos
Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Carnaxide, Portugal
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Latente do sexo feminino, com oito meses de idade, com história de má progressão ponderal a partir dos quatro meses e duas pneumonias, aos cinco e oito meses. Ao exame objetivo apresentava polipneia, S3 e sopro holossistólico grau III/VI no ápex com irradiação para a axila. Na radiografia de tórax observou‐se cardiomegalia, com índice cardiotorácico de 60%. O eletrocardiograma mostrou ondas Q>3mm em DI, aVL e V7 e inversão da onda T de V5‐V7, padrão sugestivo de enfarte do miocárdio. O ecocardiograma transtorácico revelou dilatação e disfunção global do ventrículo esquerdo (VE), com diâmetro diastólico (VEdd) 46mm (Z‐Score+12,44), fração de encurtamento (FEnc) 16% e fração de ejeção (FEj) biplano 25,4%, com regurgitação mitral grave por má coaptação dos folhetos. A artéria coronária esquerda (CE) tinha origem no tronco da artéria pulmonar (ALCAPA) (Figuras 1 e 2). Foi referenciada para cirurgia com base exclusivamente na informação destes exames. A correção cirúrgica consistiu na reimplantação da CE na aorta (Figuras 3 e 4). A cirurgia e o pós‐operatório decorreram sem complicações. Teve alta oito dias depois, apresentando redução das dimensões do VE e melhoria significativa da função sistólica global (VEdd 33mm, Z‐Score+5,22, FEnc 23% e FEj biplano 41,3%). Aos três meses após cirurgia a criança está clinicamente bem e com normalização da função ventricular.

Figura 1.

Ecocardiografia transtorácica, plano paraesternal eixo curto: origem da artéria coronária esquerda (seta) a partir do tronco da artéria pulmonar (ap). Aorta (ao).

(0,07MB).
Figura 2.

Ecocardiografia transtorácica, plano paraesternal: fluxo retrógrado diastólico da artéria coronária esquerda (seta) para o tronco da artéria pulmonar (ap), levando a roubo da circulação coronária. Aorta (ao).

(0,08MB).
Figura 3.

Fotografia intraoperatória: artéria pulmonar (ap) e artéria coronária esquerda (seta) abertas. Aorta ascendente (ao).

(0,2MB).
Figura 4.

Fotografia intraoperatória: artéria coronária esquerda (seta) anastomosada à aorta ascendente (ao), vendo‐se a artéria pulmonar (ap) aberta.

(0,17MB).

Apesar de raro, é obrigatória a exclusão de ALCAPA como causa de dilatação e disfunção do VE em recém‐nascidos e lactentes, uma vez que é passível de correção cirúrgica, com excelente prognóstico nesta idade.

Responsabilidades éticasProteção de pessoas e animais

Os autores declaram que para esta investigação não se realizaram experiências em seres humanos e/ou animais.

Confidencialidade dos dados

Os autores declaram ter seguido os protocolos do seu centro de trabalho acerca da publicação dos dados de pacientes.

Direito à privacidade e consentimento escrito

Os autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.

Conflito de interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

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