Informação da revista
Vol. 34. Núm. 2.
Páginas 145-146 (Fevereiro 2015)
Vol. 34. Núm. 2.
Páginas 145-146 (Fevereiro 2015)
Imagem em Cardiologia
Open Access
Cardiopatia congénita do adulto: substrato para endocardite infecciosa
Adult congenital heart disease: A substrate for infective endocarditis
Visitas
7052
Mariana Faustinoa,
Autor para correspondência
marianafaustino85@gmail.com

Autor para correspondência.
, António Freitasa, Ana Oliveira Soaresa, José Fragatab, Victor M. Gila, Carlos Moraisa
a Serviço de Cardiologia, Hospital Fernando Fonseca, Amadora, Portugal
b Serviço de Cirurgia Cardiotorácica, Hospital de Santa Marta, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa, Portugal
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Texto Completo
Baixar PDF
Estatísticas
Figuras (4)
Mostrar maisMostrar menos
Material adicional (4)
Texto Completo

Os autores apresentam o caso de um homem de 39 anos de idade, com história de cardiopatia congénita não especificada, assintomático, não submetido a qualquer intervenção e sem seguimento cardiológico.

Foi internado por quadro insidioso de perda ponderal, cansaço e febre. Apresentava sopro sistólico IV/VI em todo o precórdio, hepatoesplenomegália e edema dos membros inferiores. Nas hemoculturas isolou‐se Streptococcus viridans e identificaram‐se múltiplos focos de embolização pulmonar e esplénica.

Os ecocardiogramas transtorácico e transesofágico revelaram comunicação interventricular (CIV) restritiva subpulmonar e estenose pulmonar infundibular (Figura 1, Vídeo 1), com múltiplas vegetações em relação com a CIV, que envolviam a cúspide coronária direita da válvula aórtica e faziam protusão na câmara de saída do ventrículo direito (CSVD) (Figura 2, Vídeos 2 e 3). Observavam‐se ainda vegetações aderentes à válvula pulmonar e na parede da artéria pulmonar, por provável lesão de jato (Figura 3, Vídeo 4). Foi estabelecido o diagnóstico de endocardite infeciosa e o doente foi submetido a cirurgia, onde se realizou remoção de vegetações (Figura 4), encerramento da CIV, alargamento da CSVD e plastia da válvula pulmonar, evitando‐se a utilização de material protésico. Registou‐se boa evolução pós‐operatória, sem lesões residuais significativas. Sem manifestações de insuficiência cardíaca e sem recorrência de endocardite após dois anos de seguimento.

Figura 1.

CIV restritiva subpulmonar com jato da CSVE para CSVD (seta). Estenose pulmonar infundibular (ponta de seta) com fluxo turbulento.

(0,16MB).
Figura 2.

Vegetações (setas) no folheto coronário direito da válvula aórtica, que se estendem através da CIV para a CSVD, envolvendo os folhetos da válvula pulmonar. Ao: válvula aórtica; AP: artéria pulmonar; VD: ventrículo direito.

(0,21MB).
Figura 3.

Vegetações (seta) apensas à parede da artéria pulmonar (AP).

(0,16MB).
Figura 4.

Imagem intraoperatória da válvula pulmonar com vegetações (seta).

(0,14MB).

Este caso é ilustrativo de uma doença cardíaca multimalformativa com evolução indolente, que se manifesta por endocardite infeciosa agressiva, com envolvimento das válvulas esquerdas e direitas e elevado potencial embolígeno. Realça também o sucesso da intervenção cirúrgica que simultaneamente remove o material infetado e repara as lesões congénitas.

Responsabilidades éticasProteção de pessoas e animais

Os autores declaram que para esta investigação não se realizaram experiências em seres humanos e/ou animais.

Confidencialidade dos dados

Os autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.

Direito à privacidade e consentimento escrito

Os autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.

Conflito de interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

Anexo A
Material suplementário

(0,37MB)
(0,35MB)
(0,37MB)
(0,54MB)

Copyright © 2014. Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Idiomas
Revista Portuguesa de Cardiologia
Opções de artigo
Ferramentas
Material Suplementar
en pt

Are you a health professional able to prescribe or dispense drugs?

Você é um profissional de saúde habilitado a prescrever ou dispensar medicamentos

Ao assinalar que é «Profissional de Saúde», declara conhecer e aceitar que a responsável pelo tratamento dos dados pessoais dos utilizadores da página de internet da Revista Portuguesa de Cardiologia (RPC), é esta entidade, com sede no Campo Grande, n.º 28, 13.º, 1700-093 Lisboa, com os telefones 217 970 685 e 217 817 630, fax 217 931 095 e com o endereço de correio eletrónico revista@spc.pt. Declaro para todos os fins, que assumo inteira responsabilidade pela veracidade e exatidão da afirmação aqui fornecida.