TY - JOUR T1 - VIH e doença coronária – quando a prevenção secundária é insuficiente JO - Revista Portuguesa de Cardiologia T2 - AU - Carvalho,Ana Sofia AU - Osório Valente,Rui AU - Almeida Morais,Luís AU - Modas Daniel,Pedro AU - Sá Carvalho,Ramiro AU - Ferreira,Lurdes AU - Cruz Ferreira,Rui SN - 08702551 M3 - 10.1016/j.repc.2016.10.009 DO - 10.1016/j.repc.2016.10.009 UR - https://www.revportcardiol.org/pt-vih-e-doenca-coronaria--articulo-S087025511730286X AB - A terapêutica antiretroviral (TARV) alterou o paradigma da infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), conhecendo‐se o risco aumentado de doença coronária nestes doentes.Apresenta‐se o caso de um homem de 57 anos, melanodérmico, com coinfecção VIH‐2/vírus hepatite B, com controlo adequado; diabetes mellitus tipo 2, insulino‐tratado e dislipidemia. Internado por enfarte agudo do miocárdio, sem supradesnivelamento ST. Realizou cateterismo ao 4.° dia de internamento, documentando‐se doença de dois vasos (segmento médio da coronária direita [CD] [90% estenose] e 1.ª obtusa marginal [OM1] com estenose de 95%). Colocaram‐se dois stents revestidos, sem intercorrências. Teve alta sob dupla antiagregação (ácido acetilsalicílico 100mg/dia e clopidogrel 75mg/dia) e restante terapêutica dirigida à doença coronária. Recorreu ao serviço de urgência quatro horas após a alta por pré‐cordialgia com irradiação ao membro superior esquerdo, tendo‐se diagnosticado enfarte agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST nas derivações inferiores. Realizou coronariografia uma hora após o início da dor, que revelou oclusão de ambos os stents. A tomografia de coerência ótica (OCT) revelou boa aposição do stent na CD, trombos intra‐stent e dissecção com início na margem distal do stent. Realizou‐se angioplastia de ambas as artérias, com sucesso.A trombose aguda dos stents pode ser explicada pelo aumento do potencial trombótico conferido pelo VIH e pela diabetes. Não existem recomendações específicas relativas à TARV na prevenção secundária após síndrome coronário agudo. A abordagem multidisciplinar destes doentes é essencial para a sua orientação adequada. ER -