TY - JOUR T1 - Variabilidade na interpretação do eletrocardiograma do atleta: mais uma limitação na avaliação pré‐competitiva JO - Revista Portuguesa de Cardiologia T2 - AU - Dores,Hélder AU - Ferreira Santos,José AU - Dinis,Paulo AU - Moscoso Costa,Francisco AU - Mendes,Lígia AU - Monge,José AU - Freitas,António AU - de Araújo Gonçalves,Pedro AU - Cardim,Nuno AU - Mendes,Miguel SN - 08702551 M3 - 10.1016/j.repc.2016.07.013 DO - 10.1016/j.repc.2016.07.013 UR - https://www.revportcardiol.org/pt-variabilidade-na-interpretacao-do-eletrocardiograma-articulo-S0870255117300987 AB - IntroduçãoA interpretação do eletrocardiograma (ECG) do atleta permanece controversa, com ausência de estandardização e dificuldade na aplicação de critérios específicos na sua interpretação. O objetivo deste trabalho é avaliar a variabilidade na interpretação do ECG de atletas. MetodologiaVinte ECG de atletas foram avaliados por cardiologistas e internos de cardiologia, 11 normais ou apenas com alterações fisiológicas e nove patológicos. Cada ECG foi classificado pelos inquiridos em normal/com alterações fisiológicas ou patológico, usando ou não critérios específicos na sua interpretação. ResultadosForam incluídas as respostas de 58 médicos, 42 (72,4%) cardiologistas. Dezasseis (27,6%) afirmaram avaliar frequentemente atletas e 32 (55,2%) não usar critérios específicos na interpretação do ECG, sendo os mais usados os critérios de Seattle (n=13). Em média, cada médico interpretou corretamente 15±2 ECG, correspondendo a 74% dos traçados (variação: 45‐100%). A interpretação dos ECG foi correta em 68% (variação: 22‐100%) dos patológicos e em 79% (variação: 55‐100%) dos normais/com alterações fisiológicas. Não houve diferença significativa na interpretação entre cardiologistas e internos (74±10% versus 75±10%; p=0,724), nem entre os que avaliam frequentemente ou não atletas (77±12% versus 73±9%; p=0,286), verificando‐se uma tendência para interpretação mais correta com critérios específicos (77±10% versus 72±10%; p=0,092). A reprodutibilidade do estudo foi excelente (intraclass correlation coefficient=0,972; p<0,001). ConclusãoNa amostra estudada, cerca de um quarto dos ECG foi incorretamente avaliados, havendo uma elevada variabilidade na sua interpretação. O uso de critérios específicos na interpretação do ECG do atleta pode melhorar a acuidade deste exame no screening de atletas, mas são ainda subutilizados. ER -