TY - JOUR T1 - Síndrome cardiorrenal na insuficiência cardíaca aguda: um círculo vicioso? JO - Revista Portuguesa de Cardiologia T2 - AU - Caetano,Francisca AU - Barra,Sérgio AU - Faustino,Ana AU - Botelho,Ana AU - Mota,Paula AU - Costa,Marco AU - Leitão Marques,António SN - 08702551 M3 - 10.1016/j.repc.2013.09.010 DO - 10.1016/j.repc.2013.09.010 UR - https://www.revportcardiol.org/pt-sindrome-cardiorrenal-na-insuficiencia-cardiaca-articulo-S0870255113003272 AB - Introdução e objetivosO valor prognóstico da deterioração da função renal é indiscutível nos doentes com insuficiência cardíaca aguda. No contexto nacional sabe‐se pouco acerca do peso relativo da síndrome cardiorrenal no internamento destes doentes. Este trabalho pretende avaliar a prevalência, fatores preditores e consequências desta entidade em doentes internados por insuficiência cardíaca aguda. MétodosAnálise retrospetiva de 155 doentes internados por insuficiência cardíaca aguda. Síndrome cardiorrenal definida como um aumento ≥ a 26,5umol/L na creatinina sérica relativamente ao valor da admissão. Avaliados e comparados dados clínicos, analíticos e ecocardiográficos. Feito seguimento, referente a mortalidade, aos 30 e 90 dias. ResultadosA síndrome cardiorrenal ocorreu em 46 (29,7%) doentes, 5,4±4,4 dias após a admissão; 66,7% (n=24) não recuperaram a função renal basal. Associaram‐se ao desenvolvimento desta entidade: idades mais avançadas; antecedentes de insuficiência renal crónica; insuficiência mitral moderada/grave; níveis na admissão mais elevados de ureia, creatinina e troponina I; e mais baixos de taxa de filtração glomerular. Os doentes com síndrome cardiorrenal tiveram internamentos mais longos; necessitaram de doses diárias máximas de furosemida mais elevadas; mais frequentemente necessitaram de inotrópicos e de terapêutica de substituição renal. A sua mortalidade no internamento e aos 30 dias foi superior, sendo a síndrome cardiorrenal um fator preditor independente de mortalidade intra‐hospitalar. ConclusõesA disfunção renal é comum em doentes com insuficiência cardíaca aguda, com impacto claramente negativo no prognóstico, devendo a prevenção da lesão renal ser um objetivo primário passando por novas estratégias terapêuticas e identificação de novos biomarcadores. ER -