Camundongos knouckout para o gene do receptor de lipoproteína de baixa densidade (LDLr−/−) são hiperlipidêmicos espontâneos e resistentes ao desenvolvimento de lesões neointimais.
ObjetivosO presente estudo teve como objetivo determinar o fator que previne o processo inflamatório, as lesões neointimais cardiovasculares e a resistência insulínica nos camundongos LDLr−/−.
Material e métodosUtilizaram-se três grupos experimentais de camundongos machos com três meses de idade: Grupo WT, camundongos selvagens; Grupo S, camundongos LDLr−/− que receberam ração padrão; Grupo HL, camundongos LDLr−/− que receberam ração hiperlipídica. Após 15 dias, o sangue foi coletado para análise plasmática dos lipídeos, glicose e insulina. O índice de Homa foi calculado para determinar a resistência à insulina. O coração e aorta foram removidos e processados histologicamente. Cortes histológicos do coração foram processados imunoistoquimicamente com anticorpo anti-CD40L para avaliar a presença de processo inflamatório. Cortes histológicos das artérias foram corados com hematoxilina/eosina e picrosírius red para avaliar alterações morfológicas e morfométricas.
ResultadosOs camundongos S foram resistentes ao processo inflamatório, caracterizado por baixa imunorreatividade para o CD40L, com níveis plasmáticos de HDL elevados, e não desenvolveram resistência insulínica, mesmo com hiperlipidemia moderada em relação aos WT. Os camundongos HL apresentaram uma hiperlipidemia grave, aumento na imunorreatividade cardíaca para o CD40L, pronunciadas alterações morfológicas na parede da aorta e resistência insulínica, associadas a um decréscimo nos níveis plasmáticos do HDL em relação aos S. Esta hiperlipidemia grave dos camundongos HL pode ser considerada o fator metabólico indutor do maior estresse oxidativo no sistema cardiovascular, aumentando a peroxidação lipídica da molécula de HDL e consequentemente sua remoção hepática, com consequente diminuição dos níveis plasmáticos do HDL.
ConclusãoO nível plasmático elevado de HDL é o fator protetor contra o desenvolvimento de processos inflamatórios cardiovasculares e resistência insulínica nos camundongos LDLr−/−, impedindo o desenvolvimento das lesões neointimais.
LDLr−/− mice are spontaneously hyperlipidemic and resistant to the development of neointimal lesions.
ObjectivesThis study aimed to determine the factor that prevents the inflammatory process and neointimal lesions and insulin resistance in LDLr−/− mice.
MethodsThree groups of 3-month-old male mice were used: wild-type mice (WT group); LDLr−/− mice fed a standard diet (S group); and LDLr−/− mice fed a high-fat diet (HF group). After 15 days, blood was collected for analysis of plasma lipids, glucose and insulin. The HOMA index was calculated to determine insulin resistance. The heart and aorta were removed for histological study. Histological sections of the heart were processed immunohistochemically with anti-CD40L antibodies to evaluate the inflammatory process. Histological sections of the aorta were stained with hematoxylin/eosin and picrosirius red to assess morphological and morphometric alterations.
ResultsThe S mice were resistant to the inflammatory process, as shown by low immunoreactivity to CD40L, with high plasma HDL levels, and did not develop insulin resistance, even with moderate hyperlipidemia compared to WT. The HF mice showed severe hyperlipidemia, increased cardiac immunoreactivity to CD40L, pronounced morphological changes in the aortic wall and insulin resistance, associated with a decrease in plasma HDL levels, compared to S. This severe hyperlipidemia in the HF mice can be considered the major metabolic factor inducing oxidative stress in the cardiovascular system, increasing the lipid peroxidation of HDL and hence its removal by the liver, with consequent lowering of plasma HDL levels.
ConclusionHigh HDL plasma levels are a protective factor against the development of cardiovascular inflammation and insulin resistance in LDLr−/− mice, preventing the development of neointimal lesions.